Minhas recordações.

30/07/2014 06:57

        Quando o sol mostrava os seus primeiros raios, ouvíamos o cantar do galo, os cacarejos das nossas galinhas e o mugido das nossas duas vaquinhas: Griselda e Mimosa. Acordávamos e arrumávamos a nossa cama de colchão de palha e íamos para a cozinha preparar o repleto café da manhã.
         Após tirar o leite, meu pai o levava para a sala onde se fabricava queijos e os coava com a peneira com aqueles vãozinhos quase que minúsculos, armazenava a metade e o trazia para nós que aguardávamos com um grande copo com café. O café que era colhido e guardado em sacas no depósito ao lado do paiol. Quando o café da lata da cozinha estava quase acabando, torrávamos e moíamos mais, assim, todas as manhãs não faltava o indispensável café com leite.
         Terminado o café, as tarefas da fazenda eram divididas entre nós: moças ficavam cuidando da casa e os rapazes iam para a lavoura ou cuidavam de alimentar os porcos, as galinhas e as vacas. Era assim de segunda a sexta-feira. Aos sábados juntávamos o leite que guardávamos durante a semana e fabricávamos os queijos, para vender na cidade. O processo de produção dos queijos era simples, mas essencial para a qualidade de um bom
 Queijo Minas.
         Aos domingos eu, mamãe e vovô embarcávamos cedo no nosso velho Fusca ano 66. A duração da viagem era curta, mas a estrada era precária. Ao chegarmos à feira (em que vendíamos os queijos), lá estavam os nossos clientes nos esperando. Depois que se acabavam os queijos, mamãe fazia a suas compras. Após isso entrávamos no carro e íamos para a nossa abençoada casa.
         Hoje fico a refletir sobre aqueles dias em que eu acordava com o cantar do galo, agora acordo com o despertador do celular. O café que antes era colhido, torrado e moído hoje é embalado a vácuo e encontrado em qualquer mercado. Com o passar do tempo relembramos o nosso passado e vemos como as coisas evoluem, e conseguimos chegar a seguinte conclusão: As culturas antigas estão sendo destruídas pela tecnologia do mundo atual. E o que podemos fazer para que isso não aconteça? Apenas uma coisa: CONTAR HISTÓRIA. 

AUTOR: Thiago Carneiro

Voltar

Pesquisar no site

Organizadora do blog: Professora Karina Cabral